Ana Lúcia
Ribeiro Bolsista PIBID/CAPES1;
Carolina Costa Rezende Bolsista
PIBID/CAPES2; Paula
Tribesse Patrício Dargel – CAPES/UEMS - Orientadora/Coordenadora3; Ricardo
Ramire Gonçalves – CAPES/SED - Orientador/Supervisor4
1Estudante do Curso de Letras Português/Inglês da UEMS,
Unidade Universitária de Cassilândia; Bolsista PIBID/UEMS; E-mail: anna_lu_ribeiro@hotmail.com.
2Estudante do Curso de Letras Português/Inglês da UEMS,
Unidade Universitária de Cassilândia; Bolsista PIBID/UEMS; E-mail: Carol-umpi@hotmail.com
3Professora
do curso de Letras da UEMS, Unidade Universitária de Cassilândia; E-mail; tribesse@yahoo.com.br
4Professor
de Língua Portuguesa da Escola Estadual São José, Cassilândia; E-mail: prof.ricardo._pibid@hotmail.com
Linguística,
Letras e Artes
RESUMO
O projeto PIBID (Programa Institucional
de Bolsa de Iniciação à Docência) tem como objetivo levar às escolas alunos
universitários para que aprendam na prática o ofício de ministrar aulas. Este
subprojeto é desenvolvido na Escola Estadual São José no município de
Cassilândia/MS por meio de aulas complementares que tem como intuito, baseados
na Tese de Doutoramento O ensino do vocabulário nas aulas de Língua
Portuguesa: da realidade a um modelo didático, da Professora Ana Paula Tribesse Patrício Dargel, orientar e
incentivar os alunos do ensino fundamental II do 9º ano a utilizarem
frequentemente e corretamente o dicionário em sala de aula. Neste trabalho,
apresentamos parte do desenvolvimento do subprojeto em questão.
Palavras-chave: Projeto PIBID. Uso do
Dicionário. Linguagem denotativa e conotativa.
INTRODUÇÃO
Ao ser indagado a cerca do
significado de uma palavra, o professor de imediato fornecia a resposta pronta
para o aluno. Esta atitude faz com que o aluno não procure descobrir ele
próprio o significado das palavras por intermédio, principalmente, do
dicionário (DARGEL, 2011, p.234).
Há trabalhos e pesquisas que tratam da importância do uso do
dicionário escolar em sala de aula, mas os resultados desses trabalhos, em
maioria, ainda não têm sido levados e discutidos junto aos professores da rede
pública de ensino de maneira que o uso do dicionário se torne frequente em sala
de aula e continuam condicionados apenas ao espaço acadêmico. Dessa forma, no subprojeto de Letras
do PIBID da Unidade Universitária de Cassilândia, alicerçado na Tese de
Doutoramento da Professora Ana Paula Tribesse Patrício Dargel, que tem como título
O ensino do vocabulário nas
aulas de Língua Portuguesa: da realidade a um modelo didático, há o
objetivo de ensinar e incentivar os alunos do Ensino Fundamental II a
utilizarem corretamente os dicionários no âmbito escolar.
A maioria dos alunos supracitados ainda não reconhece no
dicionário sua múltipla utilidade, ou seja, não sabe manuseá-lo adequadamente. Esses
estudantes pensam que o dicionário serve somente para consultar o sinônimo e o
modo como se escrevem as palavras. Um dicionário, segundo Rangel e Bagno (2006, p. 24), além
de oferecer o sinônimo e a ortografia das palavras, também, apresenta ao aluno outro significado de uma palavra já
conhecida aumentando e, assim, serve como instrumento para ampliar o
vocabulário de uma pessoa. Por intermédio do dicionário, é possível obter
informações sobre as descrições gramáticas das palavras como, por exemplo, sua
classificação e características morfossintáticas. Outra questão importante em relação ao uso do
dicionário está relacionada, em especial, ao nosso trabalho, que tratará sobre
as perspectivas semânticas das palavras, isto é, os vários sentidos que uma
mesma palavra possui quando relacionada aos valores sociais e /ou afetivos,
associados aos níveis de linguagem e estilo.
O ensino do vocabulário a partir de uma perspectiva semântica
faz com que o aluno tenha conhecimento da palavra em suas várias significações.
Sendo assim, o aluno perceberá que uma palavra apresenta não somente uma
possibilidade de uso ao reconhecer que há vários contrastes em relação a uma
mesma palavra, pois como afirma Dargel (2011) “o léxico estrutura-se em nossa mente por meio de redes
semânticas e campos lexicais”. Portanto, teorias de ensino do vocabulário que
desconsideram os diferentes aspectos semânticos do léxico são desaprovadas e
questionadas, sendo que:
O trabalho com o léxico não se reduz a apresentar
sinônimos de um conjunto de palavras desconhecidas pelo aluno. Isolando a
palavra e associando-a a outra apresentada como idêntica, acaba-se por tratar a
palavra como “portadora de significado absoluto”, e não como índice para a
construção do sentido, já que as propriedades semânticas das palavras projetam
restrições selecionadas (PCN, 1998, p. 83).
Este trabalho
tratará do ensino do vocabulário conforme sua perspectiva semântica. Nesse sentido,
deve-se lembrar do quanto as palavras são importantes quando se quer expressar
uma ideia.
As palavras e
as expressões da língua atuam em dois planos distintos: a linguagem denotativa
e a linguagem conotativa. Nessa perspectiva de estudo, o dicionário terá
um papel significante e indispensável na ampliação lexical do aluno, pois
agrega os diversos aspectos semânticos das palavras nele encontradas e
contribui, sem dúvida, para auxiliar o aluno nas construções e nas
interpretações dos sentidos das diversas possibilidades de uso de uma palavra.
MATERIAL E MÉTODOS
O professor supervisor do PIBID nos sugeriu trabalhar, de acordo com referencial que é proposto pela Secretaria da Educação o conteúdo do Planejamento Quinzenal do 1º. Bimestre, linguagem denotativa e linguagem conotativa. O objetivo do subprojeto do PIBID de que fazemos parte é conciliar os conteúdos propostos pelo referencial da Escola Estadual São José à Tese de Doutoramento da Professora Ana Paula Tribesse Patrício Dargel que tem como título O ensino do vocabulário nas aulas de Língua Portuguesa: da realidade a um modelo didático, que se refere ao uso do dicionário em sala de aula. Para trabalhar os conteúdos propostos, foram utilizados: o livro didático Diálogo: Língua Portuguesa, 9º ano (BELTÃO, 2009) e os dicionários: língua portuguesa (MINIDICIONÁRIO RIDEEL, 2003); Mini dicionário escolar de Língua Portuguesa (RIOS, 1999). E também sites da internet: http:// www.youtube.com/watch?v=JX1wUDqto (acessado em: 26/04/2012); http://www.colegiosaofrancisco.com.br/alfa/ortografia/conotação-e-denotaçao.php (acessado em: 27/04/2012).
RESULTADOS
E DISCUSSÕES
Quando se emprega a palavra no seu sentido usual ou
literal ocorre a linguagem denotativa, isto é, aquela em que o sentido é
determinado pelo dicionário. Sendo assim, seu sentido é objetivo, explícito,
designando ou denotando determinado objeto, referindo-se a um único sentido.
Agora, quando se evocam ideias por meio da emoção ou subjetividade, tem-se a
linguagem conotativa que resulta do acréscimo de outros significados paralelos
ao significado de base da palavra. Isso significa que outro plano de conteúdo pode associar-se ao plano de expressão no
momento em que se atribui ao outro plano de conteúdo novas impressões de
valores sociais e afetivos transferindo seu sentido usual para um sentido
figurado.
Para
exemplificar, de maneira simples e clara, esses dois conceitos, tomar-se-ão
como exemplos algumas das palavras trabalhadas em sala de aula, com os alunos
do 9º ano A, na Escola Estadual São José.
1- Ele é FERA no futebol.
(FERA: conotativo – Muito habilidoso no futebol);
A FERA devorou a presa. (FERA: denotativo –
animal bravio e carnívoro);
2- Maria é uma COBRA
(COBRA: conotativo – Muito astuciosa, falsa);
Ana matou a COBRA na entrada da casa.
(COBRA: denotativo – um réptil ofídio; serpente);
3- Aninha é uma LADRA de
corações. (LADRA: conotativo – conquistadora);
Aninha é uma LADRA perigosa. (LADRA:
denotativo – que furta, rouba);
4- Quando ele começou a
me chamar a atenção, CHUTEI O PAU DA BARRACA. (CHUTEI O PAU DA BARRACA:
conotativo – eu a desacatei, aceitei a provocação e discuti);
Eu vim sem atenção e CHUTEI O PAU DA
BARRACA (PAU DA BARRACA: denotativo – ação de chutar o pau da barraca, derrubar
a barraca);
5- Paula é um DOCE de
pessoa. (DOCE: conotativo – pessoa meiga, bondosa);
Paula comeu todo o DOCE que fiz para a
festa (DOCE: denotativo - iguaria feita com açúcar ou mel);
6- O BURRO auxilia o homem.
(BURRO: denotativo – animal híbrido, produto do cruzamento do jumento com a
égua ou do cavalo com a jumenta);
Que menino BURRO! (BURRO: conotativo –
indivíduo curto de inteligência; imbecil);
7- A ROSA desabrochou. (ROSA:
denotativo – flor da roseira, odorífera, de várias cores);
Ela é uma ROSA. (ROSA: conotação –
delicada);
8- O MONSTRO
apareceu de repente. (MONSTRO: denotativo - ser
extravagante, imaginado, mitologia (denotação);
Você é um MONSTRO. (MONSTRO: conotativo –
pessoa cruel ou horrenda; pessoa inteligente (gíria).
CONCLUSÕES
Tendo em vista que o léxico é
resultado de todas as experiências vividas por uma pessoa e que em diversos
momentos no decorrer de sua vida, ela poderá ampliar a visão de um mundo a
partir da expansão do conhecimento lexical, percebemos a necessidade de a
escola reservar um espaço significativo para explorar as diferentes dimensões
da palavra (DARGEL, 2011, p. 237).
Constatamos que o propósito do subprojeto de Letras do PIBID da Unidade Universitária de Cassilândia tem sido até o momento alcançado, pois nosso objetivo é o de mostrar ao aluno a importância do uso correto e frequente do dicionário em diversos momentos da vida como uma possibilidade de se obter ampliação lexical, algo que faculta ao aluno ter competência de leitura e produção de textos diversos. “Porém, se tivermos um vocabulário escasso e não adequado, teremos grandes dificuldades em expor nossas ideias e compreender o que outras pessoas dizem” (GARCIA, 1980, pp. 155-156).
AGRADECIMENTOS
Agradecemos à CAPES pela
aprovação do subprojeto de Letras da Unidade Universitária de Cassilândia o que
viabilizou recursos financeiros a fim de que este projeto fosse possível; à
Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul- UEMS por nos permitir sermos
bolsistas PIBID.
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Teses e
Dissertações
DARGEL,
A. P.T. P. O ensino do vocabulário nas aulas de Língua Portuguesa: da realidade a
um modelo didático. (Tese
de Doutoramento). Araraquara: UNESP/FCLAR, 2011.
Livros
BELTRÃO, Eliana
Lúcia Santos. Diálogo: Língua Portuguesa. 9º Ano. Ed. Renovada. – São Paulo: FTD,
2009, (Coleção Diálogo). (LIVRO
DIDÁTICO)
FERREIRA,
Aurélio Buarque de Holanda. Mini Aurélio
– O Dicionário da Língua Portuguesa. 6ª ed.– Curitiba: Positivo, 2004.
GARCIA,
Othon M. Comunicação em Prosa Moderna.
8 ed. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1980, p. 155-56).
RANGEL, Egon de
O.; BAGNO, Marcos. Dicionários em sala de aula.
Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2006.
Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Avalmat/polleidicio.pdf>.
Acesso em: 20/04/2012.
RIDEEL.
Minidicionário: língua portuguesa
coordenação Ubiratan Rosa. – 2a ed. Ver. – São Paulo: Rideel, 2003.
RIOS, Dermival
Ribeiro. Minidicionário escolar da
língua portuguesa. São Paulo: DCL, 1999.
Sites da internet
http://www.colegiosaofrancisco.com.br/alfa/ortografia/conotacao-edenotacao.php. (Acesso em: 27/04/2012).
http://www.youtube.com/watch?v=wnJXlwUDqt0. (Acesso em:
26/04/2012).
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